segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Relembrando 68

Com certeza éramos jovens, éramos arrogantes, éramos ridículos, éramos exagerados, éramos levianos, mas tínhamos razão.
- Abbie Hoffman

O filme de Gabriele Muccino, “Para Sempre Na Minha Vida”, pode, à primeira vista, parecer leviano; apenas mais um romancezinho adolescente sobre a difícil transição entre a infância e a idade adulta. Entretando, o filme é capaz de capturar cruamente aquele momento mais saboroso e doloroso da vida. Aquele momento em que nós não sabemos bem o que queremos da vida; aquele momento no qual tudo parece ser o mais importante que já aconteceu em nossas vidas; aquele momento em que um sim pode significar a salvação da humanidade e um não o apocalipse, o fim do mundo.

Os detalhes do filme tornam-se irrelevantes e viram pano de fundo de uma discussão ainda maior, presente desde que o mundo é mundo. O fato dos personagens principais se interessarem mais nas suas vidas amorosas do que na ocupação da escola e no possível movimento estudantil contra as injustiças do mundo é um claro comentário a cerca da realidade da juventude atual. A juventude de hoje não consegue encontrar ideais reais para lutar. Ela baseia-se apenas nas cópias do que já foi feito. Tudo já foi feito, tudo já foi dito. Por quê então lutar se a batalha já foi combatida, o bem fracassou e tudo continuou como antes?

Todas as gerações querem mudar o mundo. Mas mudá-lo não é fácil. Todas as gerações procuram o seu líder para servir como exemplo e levá-los a lutar pela vitória de seus ideais. Mas para ser um líder é preciso ousar dizer algo diferente e o mais difícil é achar algo diferente para dizer que não tenha já sido dito.

Por que será que só as gerações anteriores puderam construir a história com suas lutas? Como diz o filme, “nós não temos mais os mísseis do Reagan contra os quais lutar”. Será que ainda existem ideais pelos quais lutar? Será que os ideais, pelos quais os nossos pais e avós lutaram, continuam vivos até hoje? Será que a luta de hoje será vista com os mesmos olhos pelas próximas gerações? Será que no futuro acharemos que a luta de hoje foi uma tolice? Será que tudo vai acabar esquecido depois da nossa morte e vai ser como se nem tivéssemos vivido? Será que só mesmo a arte pode ser imortal? Só o tempo dirá.

- Gabriela Becker

Um comentário:

Anônimo disse...

É tão bom ver filmes que nos fazem chegar a pensamentos tão significativos... [só pra quem sabe realizar esse dificil ato d pensar, é claro.. =D hehehe]
Bom.. eu ainda tenho q ver esse filme! =]
Pq no dia q vcs estavam vendo aqui em casa eu estava ocupada.. [enfim...]
hehe
=*